terça-feira, 14 de outubro de 2008

A vida como ela é

Esta história me chocou. Depois, respirei fundo, e continuei chocada, mas por motivos diferentes. A de que uma senhora estaria alegre ou aliviada ou as duas coisas com a morte do marido. Num primeiro momento, fiquei espantada e disse: ai! que horror! que desalmada!
Após o susto, comecei a imaginar a vida que este casal construiu ou (des) construiu para que a viúva estivesse neste estado de humor depois de mais de 30 anos de vida em comum com o falecido.

Quem sabe das noites mal-dormidas, dos choros e das tristezas por causa de brigas, desentendimentos ou mal-entendidos? Quem sabe dos não-ditos, dos silêncios profundos e das mágoas acumuladas durante estes anos? Quem sabe das palavras ditas nas horas erradas e das não ditas na hora certa? Das pequenas decepções e das grandes? Quem sabe do olhar perdido e evasivo? Dos sonhos não realizados ou das expectativas frustradas? Quem sabe da miudagem, das coisas pequenas de que são feitos o dia-a-dia?

Ao que tudo indica parece-nos que na balança da vida os momentos bons não foram suficientes para suportar os não- tão-bons. Por fim, no coração de quem aperta o calo?

24.09.08

3 comentários:

W.G. disse...

Olá, Tereza.

Obrigado pelo comentário.

Gostei do seu blog. Apareça lá no meu.

Abraços.

Rafael Reinehr disse...

Que coisa. Esse post vale como uma lição para nossa vida cotidiana... Obrigado por compartilhar!

Jai disse...

Oi Tere adorei teu blog. Parabéns, tudo é muito real. Um grande beijo e muita sorte